quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Estou cá ainda e já tive Alta ! E o Outono já chegou outra vez!


Tenho estado ausente, mas está tudo bem comigo!
Ainda estou cá em Trás-os-Montes mas o regresso à Madeira está para breve.



Depois de ter ido ao Porto para comparecer á convocatória da Junta Médica, a 17 de Setembro ( na qual me foi concedida a Alta, tal como eu pretendia) , decidi passar uns dias sozinha na aldeia, fazer-me passar por uma espécie de estágio, antes do regresso de vez à Madeira. Estar comigo, trabalhar nas minhas Artes, ler muito (e dormir muito)..., aproveitar o bom tempo ainda antes que venham os primeiros frios e as chuvas. Interrompi assim a Fisioterapia mas fiz exercício de outra forma, pois tinha que me desenrascar sozinha todos os dias, excepto nos fins-de-semana em que os meus pais e irmãs se juntavam a mim.

Era para só ficar uns 8 a 10 dias , mas acabei por ficar duas semanas e assim também fui á Vindima, que há tanto tempo não tinha oportunidade de ir, desde que estou na Madeira. Não é que eu tivesse apanhado muitas uvas, mas soube-me muito bem ir. A Vindima é das colheitas que mais gosto!

Entretanto o tempo também esfriou e já cheirava a Outono, com o aroma no ar de lenha ardida, o sol frio que pede um casaco e umas meias e a fartura de frutas e vegetais próprias desta época: Hiii!!! tantos tomates, pêras, uvas, melões, melancias, abóboras, amêndoas, pêssegos, figos, maçãs, feijões, cebolas, repolhos e alfaces, milho, feijão-frade e grão-de-bico...


Nesta altura havia muita azáfama pela aldeia, havia sempre muito que fazer, muitas terras para ir colher e fazer as jeiras. Hoje em dia já não se vê assim tanta gente com essas procupações de tempos idos, mas ainda há e espero que não se perca com a já muita gente velha que há na aldeia. Mas ainda se levantam as gentes assim que o galo canta. a partir das 6h da manhã ouvem-se os tractores a passar, gentes a conversar,galos a cantar, cães a ladrar aos gatos noctívagos, pássaros a chilrear, burros a zurrar, cavalos a trotar...Todo um mundo que acorda para a azáfama de um dia! (E eu que me deitava tarde a pintar só queria dormir mais!)
O meu pai é uma dessas pessoas que ama a aldeia e a agricultura e que anseia a reforma de fucionário público para se dedicar totalmente aos seus projectos, ás suas terras,vinhas e olivais, ao seu vinho e azeite, á concretização enfim de um poço de água (que eu não fazia ideia que custa assim tanto dinheiro) para regar as árvores de fruto, as couves, as nabiças; poder também criar uma porca e galinhas; fazer um lagar tradicional num palheiro herdado e criar uma horta digna desse nome; recuperar o forno tradicional; plantar mais figueiras, oliveiras e vinhas; poder tratar dos sobreiros naquela terra lá longe do acesso á aldeia... A minha mãe também adora a aldeia, mas a reforma de Enfermeira ainda vai demorar mais tempo e enquanto esperam os meus pais andam assim num ir e vir de Lagoa- Bragança, aproveitando todos os tempos livres para tratar das terras e do jardim da casa da aldeia. Projectos e sonhos têm-nos! Espero que tenham a força, a vitalidade e a vontade suficientes para concretizá-los após a reforma que tarda!



E foi no pátio de casa, frente ao jardim quase selvagem , a ouvir e ver os pássaros, os zangões, abelhões, libélulas (grandes, verdes, brilhantes), as borboletas e as imensas flores com algumas palavras trocadas com pessoas passavam na estrada frente ao portão, que trabalhei as minhas manhãs e algumas tardes, se o sol não era forte.


Que privilégio poder trabalhar ao ar livre!!




Já se vê que é Outono! Numa questão de dias as folhas das árvores estão já amarelas ou avermelhadas. Mudam de cor rapidamente. Algumas árvores já perderam muitas folhas.

Este é também o tempo de fazer as compotas e doces de fruta para a riqueza da época não estragar e assim prolongá-la até ao tempo frio! A minha mãe já fez doce de abóbora com amêndoa, doce de tomate com pau de canela e amêndoa e agora vai fazer doce de pêra, daquelas grandes, verdes e compridas. Este Verão já conseguimos fazer doce de amora e eu aventurei-me a fazer sozinha doce de cereja, mas deixei ferver demasiado e as cerejas ficaram duras, sem molho. A minha mãe depois compôs a asneira. Ora! Não é grave! É a errar que se aprende!

Antes de finalizar gostaria de agradecer os comentários enviados durante a minha ausência. Tenho também outros emails a responder de umas quatro meninas que pedem conselhos como pintar em seda ou como participar na Feira Mercarte na Madeira. Assim que possível ponho essas respostas em dia, prometo! Não deixo de responder , posso é demorar mais tempo!

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