quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Produção artesanal da seda em Freixo de Espada á Cinta - Parte 2

...e com a ajuda de uma vassourinha tipo as de giesta consegue ajudar o fio de seda a manter-se sempre infindável e além disso retira para forada caldeira os casulo já sem seda com os seus habitantes já mortos. Convém dizer que os bichinhos-da seda já não estão vivos antes de irem para este banho quente que amolece a seda. A Dª Maria Amélia explicou que só deixam nascer as primeiras crisálidas dos casulos para estas pôrem os ovos e assim nascerem mais lagartinhas. Todos os outros casulos do qual pretendem extrair a seda são estendidos ao sol numa manta onde os bichinhos acabam por morrer abafados com o calor. E destes pobres casulos se extrai a dita Seda de Primeira, de qualidade mais nobre, entenda-se.
No recipiente de plástico branco ao lado da caldeira, podem ver-se os pobres coitados bichinhos da seda mortos que já deram o seu contributo para esta Arte.

Nesta imagem a Susana faz orientar (quase parece um dos alfaiates da história de O Rei Vai Nú, pois quase nem se vê o fio de tão sedoso e rico tecido do fato do Rei) o fio de seda, sem impurezas ou nósinhos para enrolar na "Dobadoura" e a Dª Maria Amélia ás vezes tem que se levantar para ajudar melhor.

Depois de algum trabalho a enrolar na outra "Dobadoura" os fios de seda são juntos em meadas nesta verdadeira "Dobadoura". Depois as meadas de seda ainda são lavadas e limpas em água corrente de rios, como no processo do fabrico do linho que a minha avó contava.

As artesãs explicaram que só se consegue realizar um Fio de Seda com verdadeira qualidade com 28 fiozinhos finos (ou serão 21?já não me lembro) de seda retirada dos casulos.

Sem comentários: