quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Produção artesanal da seda em Freixo de Espada á Cinta - Parte 3

E dos 28 (já não tenho a certeza se são 28 ou 21) fiozinhos de seda da meada, lavada e limpa em muitas águas, que faz a trama de um só fio de seda se podem realizar paninhos, toalhas e pequenos lençóis com um brilho sedoso como esta toalha de baptismo mas que tem a grossura e a gramagem de quase um pano de linho, embora seja de aparência mais brilhante. O preço de uma peça assim tem que ser mesmo o mais justo e merecido! !

Na imagem abaixo mostra-se um emaranho de trama de fios de seda dos casulos de onde as crisálidas já nasceram. Como os casulos foram furados e assim os fios de seda foram cortados chama-se á seda resultante de Seda de Segunda. A trama dos fios de seda feita com este tipo não é tão perfeita como a Seda de Primeira pois os fios resultam mais grosseiros, com mais nós, sendo por isso uma seda de segunda qualidade.

A seda tecida produzida deste modo artesanal, tanto de Primeira ou de Segunda, é de cor pérola, amarelada e com um brilho suave, com um toque macio mas de tecido espesso como o linho embora mais maleável.
Esta seda não tem nada a ver com a seda produzida e tratada industrialmente!Mas é linda, tão linda! E NÃO! Não se pode pintar como os lenços pongé ou crepe satin.

Nas imagens seguintes a Associação para o Estudo, Defesa e Promoção do Artesanato também aproveita os casulos furados dos bichinhos da seda para outros fins. Com imaginação criam-se belos botões de flores ( como na jarra abaixo) ou ramos de rosas aplicadas num quadro (do qual não tirei fotografia,encantada que estava!).

Parabéns a esta Associação! Fiquei com o contacto e quando for, de novo, algum dia a Freixo de Espada à Cinta hei-de visitar estas artesãs fantásticas ( e as outras, que as há). Se lerem estas páginas, beijinhos para vós e corrigam-me se não entendi bem a lição!

Contactos:
Artesãs: Susana Martins
Maria Amélia Quintas
Associação para o Estudo, Defesa e Promoção do Artesanato
Largo do Outeiro,6
5180-118 Freixo de Espada à Cinta

Telefone: 279 658 190
Fax: 279 658 190

Produção artesanal da seda em Freixo de Espada á Cinta - Parte 2

...e com a ajuda de uma vassourinha tipo as de giesta consegue ajudar o fio de seda a manter-se sempre infindável e além disso retira para forada caldeira os casulo já sem seda com os seus habitantes já mortos. Convém dizer que os bichinhos-da seda já não estão vivos antes de irem para este banho quente que amolece a seda. A Dª Maria Amélia explicou que só deixam nascer as primeiras crisálidas dos casulos para estas pôrem os ovos e assim nascerem mais lagartinhas. Todos os outros casulos do qual pretendem extrair a seda são estendidos ao sol numa manta onde os bichinhos acabam por morrer abafados com o calor. E destes pobres casulos se extrai a dita Seda de Primeira, de qualidade mais nobre, entenda-se.
No recipiente de plástico branco ao lado da caldeira, podem ver-se os pobres coitados bichinhos da seda mortos que já deram o seu contributo para esta Arte.

Nesta imagem a Susana faz orientar (quase parece um dos alfaiates da história de O Rei Vai Nú, pois quase nem se vê o fio de tão sedoso e rico tecido do fato do Rei) o fio de seda, sem impurezas ou nósinhos para enrolar na "Dobadoura" e a Dª Maria Amélia ás vezes tem que se levantar para ajudar melhor.

Depois de algum trabalho a enrolar na outra "Dobadoura" os fios de seda são juntos em meadas nesta verdadeira "Dobadoura". Depois as meadas de seda ainda são lavadas e limpas em água corrente de rios, como no processo do fabrico do linho que a minha avó contava.

As artesãs explicaram que só se consegue realizar um Fio de Seda com verdadeira qualidade com 28 fiozinhos finos (ou serão 21?já não me lembro) de seda retirada dos casulos.

Produção artesanal da seda em Freixo de Espada á Cinta - Parte 1



Nestas imagens a Susana Martins explica e mostra aos visitantes como se agarra o fio de seda pelos casulos do bichinho da seda. A Dª Maria Amélia está constantemente a dar á manivela para que o fino fio de seda se vá enrolando neste tipo de "dobadoura" (não é o nome correcto), mas ...
...espera que ela dê o sinal enquanto mostra como se faz para agarrar o fio de seda por entre os buraquinhos da escumadeira. A água da caldeira de cobre está quente (aqui na exposição por meio de uma resistência de colocar na água) e com a ajuda de uma vassourinha de giesta ...
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Só para ver in loco o fabrico artesanal da seda através dos casulos do bicho da seda já valeu a pena ir ao Festival. Fiquei encantada! A Susana Martins e a Dª Maria Amélia Quintas explicavam de muito bom grado todo o processo.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Experiências com tinta seda especial de fixar a vapor (e que não levei para o Festival Gastronómico) em seda portuguesa






Esta primeira echarpe de 40 cm x 145cm (terceira e quarta imagens) foi pintada com as tintas próprias de pintar a seda para fixação a vapor . Pintei também outra echarpe de 45cm x 180 cm (primeira e segundas imagens) com franjas nas extremidades (Novidade!) com desenho semelhante mas usando azuis e preto e gutas prateada e verde .

A ideia era levar estas duas echarpes para expôr a tempo do Festival Gastronómico, mas infelizmente a velha panela de pressão da minha mãe estragou-se completamente quando eu mais precisava e já não deu para realizar o processo de fixação a vapor em pressão.

Sei que existe outra forma de fixar a vapor os lenços numa panela normal (conforme li nas revistas brasileiras dos produtos Prince) mas o processo é mais lento e necessita ainda de mais vigilância, cerca de 45 minutos ou uma hora. Daí que ainda não me propus a experimentar a técnica pois estou algo apreensiva em resultar numa má experiência...e os lenços (ainda) estão tão bonitos! Mas um dia destes...

Entretanto aqui ficam as imagens das echarpes após pintura e antes da fixação a vapor. E estes dois lenços em seda pongé nº5 e nº8 são de seda portuguesa SIM, mas do Brasil.
Volto a lembrar que estes lenços de seda não foram ainda fixados a vapor. Fiz questão em mostrar o antes para a seguir mostrar o depois. E obrigada pelo conselho que me deu hoje mesmo, Amiga Judite, vou ver se os fixo quanto antes!

Estou de volta, regressada do Festival



Só regressei ontem de manhã do Porto, após terminar o Festival Gastronómico de Trás-os-Montes às 23horas de domingo. Segunda-feira foi para descansar. Ontem recomecei a Fisioterapia que ficou interrompida.
A participação no Festival foi positiva, uma experiência agradável apesar de eu não estar nas minhas forças todas. Mas consegui portar-me razoavelmente bem.
Nas próximas postagens eu vou relatar os acontecimentos da semana, produtos que vendi (e sim! consegui vender duas peças em seda pintada) , experiências e contactos com realidades novas.
Ainda não deu para assimilar tudo. Com calma vou recordando.
O evento não foi muito publicitado, pelos vistos, mas penso que as visitas ao Edifício da Alfândega ultrapassaram em muito as 40 mil pessoas como previsto, pelo menos à parte dos restaurantes.
Vejam o site http://www.festivaltrasosmontes.com/ .

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

1º Festival Gastronómico de Trás-os-Montes

Olá. Tenho andado "desaparecida" porque tenho estado a trabalhar para uma nova feira em que vou participar. Já tinha recebido o convite há mais de um mês mas estive até ao último momento a pensar se iria ou não. Acabei por, há cerca de duas semanas acabar por dizer que sim, mas sempre pensando que se na data não me sentisse capaz não iria. Mas vou. A minha irmã mais nova e um primo meu vão estar pela Feira a ajudar-me, além dos artesãos que confirmaram a sua presença.
Então amanhã (Sim, é já amanhã!) eu, a Vera e a Anita seguimos na frente, logo de madrugada, carregadas com a "tralha" dos artesãos do Centro de Exposições de Artesanato e Artes Tradicionais de Bragança até ao Edifício da Alfândega no Porto para o 1º Festival Gastronómico de Trás-os-Montes, a decorrer desde amanhã 19 de Fevereiro até 24, domingo. O horário , de terça a sexta é das 12h até ás 16h e das 18h ás 24h . Sábado e Domingo será das 12h até 24h. A entrada no Festival custa 2 euros mas é dada uma oferta em troca. O preço do prato do dia (refeição completa com sopa,prato,vinho e café) nos vários restaurantes representativos da região, são à volta dos 12,50 euros. Também outros pratos á la Carte. Haverá também um mercado regional, as tradicionais tascas e, claro , algum artesanato da região representado por nós. As Câmaras Municipais e respectivo Turismo também estarão representados.

Vai correr tudo bem. Claro que vai! Espero ter forças! Eu depois faço o resumo da semana.
Bem e agora vou descansar, que já devia estar a dormir pois o dia de amanhã vai ser looonnngo!

Guarda-jóias "Verde Primavera"



quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Ainda estou por cá...


Tenho estado ausente devido a poblemas de ligação á internet. O problema parece estar resolvido.Parece! Ainda estou a testar a ligação ao mundo virtual.

Estou de volta e brevemente contarei novidades ( que já não são muito novas, aliás). Ainda estou a amadurecer a ideia e a trabalhar para a mesma por isso ainda não conto nada.

Uma das coisas que me sucederam entretanto é que , finalmente, fui convocada para comparecer em Junta Médica por estar já tanto tempo ausente do meu trabalho. Tive que me deslocar ao Porto. A audiência correu bem,apesar de algum nervoso miudinho.Lidos e aceites os relatórios médicos e após uma breve conversação tenho então o aval para continuar a minha recuperação. E que fique bem restabelecida, recomendaram-me os médicos! E irei ficar, a seu tempo. Isto é tudo um trabalho que tem de ser continuado e não descurado.

Uma outra conquista do meu quotidiano é que nos últimos três fins-de-semana ,na aldeia, tenho pegado por momentos no carro. Custa, mas já consigo conduzir em estrada direita! Experimentei na estrada regional de Lagoa, aldeia pertencente a Macedo de Cavaleiros. Ponto de embraiagem ainda não consigo e se tiver de meter muitas mudanças seguidas também ainda dói nos músculos da coxa. Mas fiquei contente! Vejo que vou conseguir! Agora tenho de experimentar, numa próxima vez, a ver como me desembaraço em manobras mais elaboradas como os obstáculos ou estacionamentos. Conduzir em meio citadino, em trânsito de hora de ponta, ainda é muito cedo!



Olhem bem de novo para o miminho que a Judite Pitta se lembrou de me enviar: acima está uma imagem muito surrealista e linda com muitas borboletas.